Seca se agrava na PB e Cagepa faz racionamento a partir de domingo, Riachão está meio de uma delas |
Mais de 110 mil moradores da região do Brejo paraibano vão enfrentar racionamento de água a partir do próximo domingo. Segundo informações da Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa), oito municípios e quatro povoados vão ter suspenso o fornecimento de água. A decisão é decorrente do fato de a barragem Canafístula II, que tem capacidade para armazenar 4,1 milhões de metros cúbicos, operar com apenas 38% do total de água armazenada. O racionamento consiste em suspender o fornecimento de água aos domingos e segundas-feiras em toda a área. As localidades atingidas serão os municípios de Bananeiras, Solânea, Cacimba de Dentro, Araruna, Damião, Tacima, Riachão e Dona Inês, além dos povoados de Lagoa Salgada, Barreiros, Logradouro e Bola. Segundo o monitoramento da Agência Executiva de Gestão das Águas (Aesa), o volume atual de água armazenada no açude Canafístula II, localizado no município de Borborema, é de 1,8 milhão de metros cúbicos, ou seja, praticamente a metade do volume comportado pelo reservatório no mesmo período do ano passado, quando o monitoramento registrou aproximadamente 3,4 milhões de metros cúbicos. De acordo com o gerente Regional do Brejo, Adário Nóbrega, o sistema de racionamento deverá garantir o abastecimento de água para as localidades citadas até o mês de março de 2011. “Nesse período, historicamente começam as primeiras chuvas, o que deve amenizar a situação da população atendida e normalizar o sistema de abastecimento”, garante Adário. Segundo ele, se a medida não for adotada, o reservatório Canafístula II poderá ser esvaziado em meados de janeiro. Outros três açudes estão com volume de água abaixo de 20% de sua capacidade de armazenamento. Em Areia, no Brejo paraibano, o açude Vaca Brava, que fornece água para os areienses e para a cidade de Esperança, está 18,9% de sua capacidade. Dados da Aesa revelam que até ontem o reservatório estava com apenas 642,5 mil metros cúbicos de água armazenada enquanto sua capacidade é de 3,4 milhões de metros cúbicos. Os reservatórios de Serrote, em Monteiro, e de Riacho de Santo Antônio, na cidade de mesmo nome, também estão com volume de água inferior a 20%. O primeiro está com apenas 13%, ou seja, 750 mil metros cúbicos enquanto a capacidade que é de 5,7 milhões de metros cúbicos. Já o Riacho de Santo Antônio tem apenas 584 mil metros cúbicos de água, o que corresponde a 8,6% da capacidade de acumular água. Ainda de acordo com dados da Aesa, o reservatório de São José IV, no município de São José do Sabugi, na região da Borborema, está em situação crítica e pode secar ainda este mês. Atualmente, o volume de água do açude, que tem capacidade para acumular 554,1 mil metros cúbicos, é de cerca 10 mil metros cúbicos, ou seja, 1,9% de sua capacidade. A assessoria de imprensa da Cagepa informou contudo que ainda não há previsão de racionamento para demais regiões do Estado. Segundo o gerente de monitoramento da Aesa, Lucílio Vieira, apesar da estiagem prolongada e das precipitações abaixo da média ocorridas este ano a maior parte dos reservatórios paraibanos se encontra com volume dentro da normalidade para este período do ano. “A situação é mais crítica nos açudes pequenos onde o aporte de água é menor e a evaporação é mais intensa”, explicou. Segundo a Aesa ainda não é possível fazer um prognóstico sobre as chuvas para 2011. Este ano, a previsão é de início das chuvas, a partir de dezembro, apenas para a região do Sertão. As chuvas que caíram no final de outubro em todo o Estado foram classificadas como atípicas. 73 cidades em situação crítica Dados da Defesa Civil Estadual revelam que 73 municípios paraibanos decretaram situação de emergência por conta da estiagem prolongada. As regiões mais afetadas estão localizadas nas regiões do Sertão, Cariri e Curimataú. De acordo com o gerente-executivo da Defesa Civil Estadual, coronel Sinval Borges, a estiagem já prejudica a agricultura e a pecuária. Além da situação de emergência, 130 cidades estão sendo abastecidas por carros-pipa. Segundo Sinval, o maior número de pedidos de abastecimento por carros-pipa é realizado nesta época do ano, mas em cidades como Alcantil, Algodão de Jandaíra e Baraúna, o problema da estiagem afeta a região praticamente o ano inteiro. De acordo com Lucílio Vieira, da Aesa, quem primeiro sente os problemas causados pela falta de água é o morador da zona rural. “Eles são abastecidos por cisternas e pequenas barragens que secam rapidamente”, opinou. Em todo o ano passado, a Aesa decretou situação de emergência em apenas 39 municípios paraibanos. Contudo, o problema na ocasião foi o excesso de chuvas. Já em 2010, a situação é oposta - a escassez de chuva provocou a emergência em 73 municípios e o abastecimento por carro-pipa que em 2009 atingiu 89 cidades este ano cresceu quase 50% e foi pedido em 130 localidades. (LS) Vitrini do Cariri |
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