(Foto: divulgação)
O artigo assinado por Paulo Rossi e publicado no jornal Correio Braziliense também não poupa críticas à intenção dos também ex-governadores cassados Marcelo Miranda (TO) e Jackson Lago (MA), e do senador cassado Expedito Júnior (RO), de tentar voltar ao poder nas próximas eleições.
Em termos duros Paulo Rossi, critica a demora do Congresso em votar o projeto de lei que tenta impedir a participação dos fichas sujas já nas eleições deste ano e ainda afirma que a deficiência de punições no país faz perpetuar o mau exemplo, transformado em mazela endêmica e cultural.
Confira a íntegra da matéria logo abaixo:
'Ficha suja e cara de pau
Autor(es): Paulo Rossi
Correio Braziliense - 28/04/2010
Está longe de ser novidade definir o Brasil como o país da impunidade. É a velha história: corrupção existe em todos os cantos do mundo, mas a notória dificuldade de punir alguém em terras tupiniquins perpetua o mau exemplo, transformado em mazela endêmica, cultural.
Reportagem assinada por Ivan Nunes e Diego Abreu na edição de segunda-feira do Correio Braziliense expõe uma das tradicionais faces da política verde-amarela. Três ex-governadores e um ex-senador que tiveram os mandatos cassados por irregularidades cometidas na campanha de 2006 estão bem cotados para voltar à vida pública nas eleições de outubro.
Marcelo Miranda (TO) e Cássio Cunha Lima (PB) perderam o cargo de governador e agora tentam uma cadeira no Senado. Jackson Lago (MA) quer retornar ao governo do estado, enquanto Expedito Júnior (RO) pretende trilhar o caminho de senador cassado para governador. Apenas Lago não aparece como favorito nas pesquisas.
A pergunta que não quer calar: como homens públicos detonados pela Justiça Eleitoral podem concorrer normalmente na eleição seguinte? Perda do mandato e inelegibilidade por três anos foi a pena imputada aos quatro. Aqui não temos casos de impunidade explícita, mas, digamos, sentenças leves. Tudo dentro da lei.
No Distrito Federal, vivemos a expectativa de conhecer os candidatos deste ano, principalmente às vagas na Câmara Legislativa. Se os deputados distritais envolvidos no escândalo de corrupção do GDF puderam votar no pleito indireto que elegeu o governador-tampão Rogério Rosso, quem os impedirá de concorrer em outubro? Já estamos acostumados às cenas de desfaçatez e falta de espírito público protagonizadas por tais parlamentares.
Brasília viu a prisão e a perda de mandato de um governador. Sinal de que a Justiça deu o ar da graça. A sucessão de José Roberto Arruda, porém, deve ter como personagem Joaquim Roriz, que renunciou ao cargo de senador para não ser cassado. O mesmo Roriz é padrinho político de Durval Ferreira, o homem que abriu a caixa de Pandora.
Enquanto isso, empaca no Congresso o projeto de lei que tenta impedir a participação dos fichas sujas já nas eleições deste ano. Não parece interessar aos caciques políticos mudar as regras do jogo. Diversas lideranças regionais, tanto da base do governo Lula quanto da oposição, correriam o risco de ser defenestradas.
Resta aos eleitores protestar nas urnas. Pesquisar a fundo o candidato, conferir seu passado e suas ações na vida pública. Vetar os fichas sujas e caras de pau. E torcer para acertar no julgamento.'
Da redação do Portal Correio com Correio Braziliense
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